Você já percebeu que as pessoas têm formas diferentes de pensar, sentir e agir? Essas diferenças são influenciadas pela personalidade, um conjunto de traços psicológicos que definem o estilo comportamental de cada indivíduo. Mas como conhecer a personalidade de alguém? Uma das formas mais utilizadas é por meio dos testes de personalidade, que são instrumentos científicos que permitem medir e classificar os traços de personalidade de uma pessoa.

A personalidade é um tema relevante e complexo, que desperta o interesse de muitos estudiosos e profissionais. Afinal, conhecer a personalidade dos candidatos e dos colaboradores pode trazer muitos benefícios, tanto para a empresa quanto para as equipes. 

Por exemplo, ao saber mais sobre a personalidade dos candidatos, você pode selecionar os profissionais mais adequados para cada vaga, de acordo com as competências e os valores exigidos. Além de reduzir a rotatividade, aumentar a satisfação e o engajamento, e melhorar o clima organizacional. 

Já ao saber mais sobre a personalidade dos colaboradores, você pode gerenciar melhor as equipes, respeitando e valorizando a diversidade. Você também pode promover a comunicação e a cooperação, desenvolver o potencial de cada um, e potencializar o desempenho e os resultados. 

Para que serve um teste de personalidade?

Um teste de personalidade tem diversas aplicações, tanto no âmbito clínico quanto no âmbito organizacional. No âmbito clínico, um teste de personalidade pode ajudar a identificar, tratar e prevenir problemas de saúde mental, além de favorecer a saúde mental e o bem-estar psicológico. No âmbito organizacional, um teste de personalidade pode ajudar a selecionar, a treinar e a desenvolver profissionais, além de facilitar a gestão de equipes e a liderança.

Um teste de personalidade pode revelar aspectos importantes da personalidade de uma pessoa, tais como:

  • Preferências, gostos e interesses;
  • Valores, crenças e motivações;
  • Sentimentos, emoções e afetos;
  • Pensamentos, ideias e opiniões;
  • Comportamentos, atitudes e ações;
  • Habilidades, competências e potenciais;
  • Dificuldades, limitações e vulnerabilidades;
  • Estilos de aprendizagem, comunicação e relacionamento;
  • Formas de lidar com o estresse, os conflitos e as mudanças.

Com essas informações, é possível conhecer melhor a si mesmo e aos outros, entender as semelhanças e as diferenças entre as pessoas, prever e explicar seus comportamentos e reações, planejar e implementar estratégias para melhorar a qualidade de vida e o desempenho pessoal e profissional.

Quais os benefícios de um teste de personalidade?

Os testes de personalidade são técnicas de avaliação que buscam entender os aspectos da personalidade e o funcionamento psíquico de um indivíduo, por meio de testes gráficos e perguntas. Esses testes podem oferecer diversas vantagens para o recrutador, como:

Reduzir a rotatividade

Com os testes de personalidade, o recrutador pode verificar se o candidato possui as soft skills necessárias para ter sucesso em determinada função e se ele está alinhado com a cultura e os valores da empresa. Dessa forma, o recrutador pode evitar contratar pessoas que não se adaptam ao ambiente de trabalho ou que não se sentem motivadas, o que pode gerar insatisfação, baixa produtividade e desligamentos.

Otimizar o processo seletivo

Esses testes também permitem automatizar parte do processo seletivo e economizar tempo e recursos. Além disso, o recrutador pode ter mais base para o feedback e para o desenvolvimento dos colaboradores, pois os testes fornecem informações sobre as potencialidades e as limitações de cada perfil, bem como as áreas de melhoria e as estratégias de gestão.

Diminuir os vieses inconscientes

Outra vantagem é que eles ajudam o recrutador a reduzir os efeitos das impressões subjetivas e das preferências pessoais na hora de avaliar os candidatos. Os testes fornecem dados objetivos e padronizados que podem ser comparados entre si e com os requisitos da vaga, aumentando a imparcialidade e a precisão do processo seletivo.

Aumentar o retorno do investimento

Por fim, podem melhorar a qualidade das contratações e, consequentemente, o desempenho dos colaboradores. Isso se reflete em mais produtividade, satisfação e engajamento, além de menos custos com treinamentos, demissões e novas contratações. Os testes de personalidade também podem contribuir para a retenção de talentos e a formação de equipes de alta performance.

Como aplicar testes de personalidade em um processo seletivo?

Um teste de personalidade pode ser uma ferramenta muito útil em um processo seletivo, pois pode ajudar a identificar os candidatos mais adequados para cada cargo, função ou organização. No entanto, para aplicar testes de personalidade em um processo seletivo, é preciso seguir alguns passos e cuidados, tais como:

Definir o perfil desejado

Antes de aplicar um teste de personalidade, é preciso definir qual é o perfil de personalidade que se busca para a vaga, levando em conta as competências, as habilidades, as atitudes e os valores necessários para o desempenho da função e para a adaptação à cultura organizacional.

Para isso, pode-se fazer uma análise do cargo, uma pesquisa com os gestores e os colaboradores, uma revisão da missão, visão e valores da organização.

Escolher o teste adequado

É preciso escolher o teste de personalidade mais adequado para medir os traços de personalidade do perfil desejado. A qualidade técnica do teste deve ser considerada, ou seja, as evidências de validade e confiabilidade que ele possui, a adaptação e normatização para a população-alvo que ele teve, e o seguimento dos padrões éticos e legais da avaliação psicológica que ele faz.

Além disso, é preciso considerar a praticidade do teste, ou seja, se ele é fácil de aplicar, corrigir e interpretar, se ele tem um custo-benefício favorável, se ele está disponível em formato online ou presencial.

Aplicar o teste com rigor

Após escolher o teste adequado, é preciso aplicá-lo com rigor e padronização, seguindo as instruções do manual do teste, respeitando as condições ambientais adequadas, garantindo a confidencialidade e a segurança dos dados, orientando os candidatos sobre o objetivo e o procedimento do teste, esclarecendo as dúvidas e as dificuldades que possam surgir.

Interpretar o teste com critério

Depois de aplicar o teste, é preciso interpretá-lo com critério e fundamentação teórica, utilizando os instrumentos e os recursos disponíveis para a correção e a análise dos resultados, comparando os escores dos candidatos com os padrões normativos ou com os critérios pré-estabelecidos, integrando os dados do teste com outras fontes de informação, como currículo, entrevista, dinâmica de grupo etc.

Dar feedback com ética

Por fim, é preciso dar feedback com ética e responsabilidade aos candidatos sobre os resultados do teste de personalidade, informando-os sobre seus pontos fortes e fracos, sobre suas potencialidades e limitações, sobre suas áreas de melhoria e desenvolvimento, sobre sua adequação ou não ao perfil da vaga, respeitando sua individualidade, sua dignidade e seus direitos.

Tipos de testes de personalidade

Os testes de personalidade são ferramentas que buscam medir e descrever as características psicológicas de uma pessoa, como seus traços, preferências, motivações, valores e comportamentos. Eles podem ser usados para diversos fins, como autoconhecimento, orientação profissional, recrutamento e seleção, desenvolvimento pessoal e terapia.

Existem vários tipos de testes de personalidade, cada um com um objetivo específico. Alguns dos tipos mais comuns incluem:

Testes de auto-relato

Esse tipo de teste pede que a pessoa responda a perguntas sobre si mesma, geralmente usando uma escala de concordância ou discordância. Eles são baseados em teorias da personalidade que definem dimensões ou fatores que descrevem as diferenças individuais. 

Exemplos:

  • Big Five, que mede cinco fatores: Extroversão, neuroticismo, bondade, consciência e abertura;
  • 16 personalidades, que combina quatro dimensões: Introversão ou Extroversão, Intuição ou Empirismo, Pensamento ou Sentimento, Julgamento ou Percepção;
  • DISC, que mede quatro fatores de comportamento: Dominância, Influência, Estabilidade e Conformidade;
  • MBTI, que mede quatro preferências psicológicas: Introversão ou Extroversão, Sensação ou Intuição, Pensamento ou Sentimento, Julgamento ou Percepção.

Testes projetivos

Os testes projetivos apresentam estímulos ambíguos à pessoa, como imagens ou palavras incompletas, e pedem que ela os interprete ou complete. Eles se baseiam na ideia de que a pessoa projeta seus aspectos inconscientes nos estímulos, revelando sua personalidade profunda.

Exemplos:

  • Rorschach, que usa manchas de tinta; 
  • TAT (Teste de Apercepção Temática), que usa imagens de cenas humanas.

Testes situacionais

Esses testes simulam situações reais ou hipotéticas e observam como a pessoa reage ou se comporta. Eles são baseados na ideia de que a personalidade se manifesta na interação com o ambiente e as circunstâncias. 

Exemplos:

  • Inventário Situacional de Personalidade (ISP), que usa cenários escritos;
  • Assessment Center, que usa atividades práticas em grupo ou individuais.

Quais são os testes de personalidade mais conhecidos?

Existem vários tipos de personalidade, que são definidos por diferentes modelos teóricos e testes de personalidade. Cada tipo de personalidade tem suas características, seus pontos fortes e fracos, valores e motivações, comportamentos e atitudes, formas de se relacionar e de lidar com as situações. Alguns dos tipos de personalidade mais conhecidos são:

MBTI

Um dos testes de personalidade mais conhecidos é o MBTI, que se baseia na teoria tipológica de Carl Jung. Esse teste divide as pessoas em 16 tipos, de acordo com suas preferências em quatro dimensões: 

  • Extroversão-introversão
  • Sensação-intuição
  • Pensamento-sentimento
  • Julgamento-percepção 

Uma sigla de quatro letras identifica cada tipo de personalidade, mostrando a combinação das preferências. Por exemplo, o tipo ISTJ significa que a pessoa prefere a introversão, a sensação, o pensamento e o julgamento.

Um perfil descritivo mostra as características gerais, os pontos fortes e fracos, os valores e motivações, os comportamentos e atitudes, as formas de se relacionar e de lidar com as situações de cada tipo de personalidade.

 Esse teste de personalidade é muito popular e utilizado no mundo todo, especialmente na área organizacional, como seleção, treinamento, desenvolvimento, gestão de equipes e liderança.

DISC

Criado pelo psicólogo William Moulton Marston. Esse teste classifica as pessoas em quatro tipos de personalidade, conforme seus traços dominantes: 

  • Dominância
  • Influência
  • Estabilidade
  • Complacência 

Cada tipo de personalidade é representado por uma letra, que mostra o traço predominante. Por exemplo, o tipo D significa que a pessoa tem um traço dominante de dominância.

O teste DISC foi desenvolvido a partir do estudo das emoções e das reações das pessoas diante de situações diversas. Ele identificou quatro padrões básicos de comportamento que influenciam a forma como as pessoas se comunicam, se motivam, se desafiam e resolvem problemas.

Para esse teste, é preciso responder a um questionário com cerca de 24 perguntas que avaliam como a pessoa se vê em diferentes contextos. O resultado indica qual é o tipo predominante da pessoa e fornece um gráfico com os percentuais dos quatro tipos. O teste DISC pode ser feito online ou presencialmente, com um profissional qualificado.

Enneagram

Esse teste de personalidade tem como base tradições espirituais e filosóficas antigas, que classifica as pessoas em nove tipos, de acordo com suas motivações centrais: 

  • Reformador
  • Ajudante
  • Realizador
  • Individualista 
  • Investigador 
  • Lealista 
  • Entusiasta 
  • Desafiador 
  • Pacificador

Cada tipo de personalidade é identificado por um número, que mostra a posição no eneagrama, um símbolo geométrico que indica as relações entre os tipos. Por exemplo, o tipo 1 significa que a pessoa tem uma motivação central de reformar.

Para fazer o teste Enneagram, é preciso responder a um questionário com cerca de 144 perguntas que avaliam como a pessoa se sente e se comporta em diferentes situações. O resultado indica qual é o tipo principal da pessoa e fornece um relatório com informações sobre sua personalidade. 

Rorschach

O Rorschach é um teste de personalidade que se baseia na teoria psicanalítica de Sigmund Freud, a qual investiga os aspectos inconscientes ou ocultos da personalidade, por meio da projeção de significados e sentimentos em estímulos ambíguos ou neutros. Esse é um teste projetivo, que usa dez pranchas com manchas de tinta simétricas como estímulos. 

No entanto, o Rorschach é um teste de difícil interpretação, que exige uma formação específica e uma fundamentação teórica para a análise dos resultados. Além disso, ele possui uso limitado, podendo ser usado apenas para fins clínicos ou forenses. Para fazer esse teste, é preciso responder a uma série de perguntas sobre o que se vê nas pranchas, como o que é, onde está, o que está fazendo, o que se sente ao ver etc. 

O resultado depende da análise qualitativa das respostas da pessoa, levando em conta aspectos como o conteúdo, a forma, a localização, a frequência e a originalidade das respostas. Ele tem como objetivo ajudar as pessoas a revelarem seus aspectos mais profundos e inconscientes da personalidade, que podem estar relacionados a conflitos internos, traumas, fantasias, emoções reprimidas etc. Por essa razão, ele não mede traços objetivos ou quantificáveis da personalidade, mas sim subjetivos e simbólicos, que podem variar conforme o contexto e o estado emocional da pessoa.

Como escolher o melhor teste de personalidade para a sua empresa?

Para escolher o melhor teste de personalidade para a sua empresa, é necessário considerar alguns fatores, como:

Objetivo do teste

Antes de aplicar um teste de personalidade, é importante definir qual é o propósito do teste, seja para recrutamento e seleção, desenvolvimento profissional, orientação vocacional ou planejamento de carreira. Dependendo do objetivo, pode-se optar por um tipo diferente de teste, que avalie aspectos diferentes da personalidade, como os traços, as motivações, os valores ou as habilidades dos indivíduos.

Tipo de teste

Existem dois tipos principais de testes de personalidade: os objetivos e os projetivos. Os testes objetivos são aqueles que oferecem opções limitadas de resposta, como verdadeiro ou falso ou uma escala ordinal. Eles são mais fáceis de aplicar e corrigir, mas podem ser mais superficiais. Os testes projetivos são aqueles que permitem respostas livres, como desenhos ou interpretações. Eles são mais difíceis de aplicar e corrigir, mas podem ser mais profundos.

Qualidade do teste

Ao escolher um teste de personalidade, é essencial verificar se o teste escolhido tem reconhecimento científico, validade, fidedignidade e padronização. Isso significa que o teste deve ter sido desenvolvido com base em estudos psicológicos, que deve medir o que se propõe a medir, que deve apresentar resultados consistentes e que deve ser aplicado da mesma forma para todos os participantes. Uma forma de verificar a qualidade do teste é consultar o site do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que indica quais são os testes que estão aptos para uso.

Perfil da vaga

Ao aplicar um teste de personalidade, é fundamental considerar as características e as competências exigidas para a vaga em questão, bem como o perfil da empresa e da equipe. Assim, é possível escolher um teste que seja capaz de identificar se o candidato possui esses requisitos ou não. Por exemplo, se a vaga requer uma pessoa criativa e comunicativa, pode-se optar por um teste que avalie esses aspectos.

teste plano gratis jobconvo